A resenha do livro Psicologia uma nova introdução trata uma experiência clara da subjetividade privatizada e a experiência da crise desta mesma subjetividade. A subjetividade privatizada é a necessidade que todos temos de que as demais pessoas não tenham acesso as nossas experiências. A resenha delineia a história da psicologia, abordando as diferentes teorias e projetos de todos que contribuíram para que a psicologia se tornasse uma ciência independente. Embora a psicologia científica tenha nascido na Alemanha, é nos Estados Unidos que ela encontra campo para um rápido crescimento.
INTRODUÇÃO
O livro Psicologia: uma (nova) introdução, os autores têm como objetivo desvendar, primeiramente, como se deu o nascimento da psicologia enquanto ciência, suas precondições socioculturais para o aparecimento da psicologia como ciência no século XIX. A experiência da subjetividade privatizada Ao mesmo tempo eles expõem as principais escolas psicológicas, seus criadores, suas ideias, mostra também sobre a psicologia como profissão e como cultura.
A PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA INDEPENDENTE
No primeiro capitulo os autores, possuem o objetivo de apresentar resumidamente uma visão panorâmica e critica da psicologia contemporânea. Para criar a psicologia como ciência não foi simples, pois era preciso existir um objeto próprio e um método de estudo. A psicologia como ciência procura compreender, entender o comportamento da mente num parâmetro abrangente. Na metade do século XIX à Psicologia obteve respostas diferenciadas, levando diversos autores a definirem objetos e métodos específicos, consoante os problemas estudados.
PRECONDIÇÕES SOCIOCULTURAIS PARA O APARECIMENTO DA PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA NO SECULO XIX
O capitulo dois relata sobre as precondições socioculturais para o aparecimento da psicologia como ciência no século XIX, uma dessas precondições é a subjetividade privatizada, a percepção de que somos livres, diferentes, capazes de experimentar sentimentos, terem desejos e pensar independentemente dos demais membros da sociedade, e está relacionada ao desejo de liberdade e responsabilidade de suas decisões. As perdas de tradições culturais obrigam o homem a construir referências internas. Surgindo assim um espaço para a subjetividade privatizada.
A noção de subjetividade privada data aproximadamente na passagem do Renascimento para idade Moderna. No Renascimento a figura de Deus parece ter se distanciado e se colocado sobre o mundo, fazendo com que o homem passasse a controlar a natureza. Um período muito rico em variedade de formas, experiências e produção intensa desconhecimento, ou seja, mudança na atitude do homem, o contato com as diversas coisas, dos homens e das culturas impôs novos modos de ser. O homem começa a criticar e duvidar do próprio homem. Além do mais há um nascente individualismo, que acaba produzindo reações: racionalistas e empirista, nesse momento em que surge Descartes e se alinha tentando superar a grande dispersão do Renascimento, dizendo que a partir do momento em que o individuo tem duvidas essa ação requer um sujeito “Penso, logo existo” afirmava que o homem possui duas substâncias material e a pensante. Logo após surgem também Francis Bacon, David Hume e Immanuel Kant.
O romantismo dizia que o homem era um ser racional, criticava a modernidade. Trás a experiência do homem com profundidade valorizando o individualismo e a intimidade. O Romantismo é o momento essencial na crise do sujeito moderno. Nietzsche procurava desmascarar a manutenção dos fundamentos religiosos em uma cultura secularizada. Para Nietzsche, a redução da alma ao sujeito do conhecimento e suas funções lógicas seria uma tentativa frustrada de afastamento das conotações cristãs do conceito de alma. Os autores encerram o capitulo falando que a subjetividade privatizada é uma precondição para que se construam projetos de psicologia com área específica de conhecimento.
A PRATICA CIENTIFICA E A EMERGENCIA DA PSICOLOGIA COMO CIENCIA
Já no terceiro capitulo é possível começar a compreender o inicio da psicologia cientifica, mas para que a ciência progredisse era preciso reconhecer e controlar a subjetividade e suas diferenças individuais. Pois é assim que o homem torna-se um possível objeto da ciência.
OS PROJETOS DE PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA INDEPENDENTE
O principal assunto do capitulo quatro são os projetos de psicologia como ciência independente. Wundt fundou uma psicologia científica, sua importância foi provar a validade da experiência para a psicologia, seu objeto é a experiência imediata (interna), Wundt utiliza o método experimental, análise dos fenômenos culturais, método comparativo e método introspectivo.
Titchener foi um dos mais famosos alunos Wundt e divulgou a obra deste nos Estados Unidos. Ele redefine o objeto da psicologia como sendo a experiência dependente de um sujeito, sendo este concebido como um puro organismo e, em última analise, como um sistema nervoso, e não mais experiência imediata, logo, a mente perde a sua autonomia. Defendia a posição denominada paralelismo psicofísico, em que atos mentais ocorrem juntos a processos psicofisiológicos. O estruturalismo foi estabelecido por Titchener como a primeira escola de pensamento no campo da Psicologia.
A psicologia funcional se interessa pela mente e seu funcionamento e é usada na adaptação do organismo humano ao ambiente. O funcionalismo procura atingir o aspecto consciente da mente através da orientação objetiva e direcionada. Para os psicólogos funcionalistas, o objeto da psicologia são os processos e operações mentais e o estudo desses processos exige uma diversidade de métodos.
O Comportamentalismo é uma teoria que afirma que o comportamento deve ser explicado através de experiências observáveis e não por processos mentais. O que mais importa é a forma como agimos, mas sempre envolvendo comportamentos publicamente observáveis e evitando a auto-observação.
A psicologia da Gestalt afirma que as partes nunca podem proporcionar uma real compreensão do todo. O inteiro é interpretado de maneira diferente que a soma de suas partes. Descobriu que todos os fenômenos de percepção, da memória, da solução de problemas, da afetividade eram vividos pelo sujeito sob forma de estruturas.
O Behaviorismo radical de Skinner se afasta imensamente do de Watson quando não rejeita a experiência imediata. Ele se preocupava em descrever e não em explicar o comportamento. Piaget construiu uma teoria do desenvolvimento mental humano, psicologia cognitiva abrange como principais objetos de estudo a percepção, o pensamento e a memória. Freud demonstrou que o homem não é apenas um ser racional. Há impulsos irracionais que nos influenciam. Piaget e Freud fazem o caminho do ser biológico ao ser moral.
A PSICOLOGIA COMO PROFISSÃO E COMO CULTURA
No capitulo cinco os autores trazem a psicologia como profissão e como cultura. Psicologia como profissão, esteve inicialmente ligada aos problemas de educação e trabalho, mas agora está presente nas clinicas, nas escolas, nas organizações empresariais. É muito importante que se entenda a ciência e a própria pessoa de um psicólogo. A psicologia enquanto cultura, cada dia fica-se mais habitual que as teorias psicológicas se popularizem e sejam semelhantes à linguagem popular.
CONCLUSÃO
A psicologia está ai com suas pretensões de autonomia e, é importante ressaltar as origens dessa disciplina e o livro mostra uma visão panorâmica enquanto a psicologia nascia como ciência. Psicologia encontrava respostas diferenciadas sobre seu objeto de estudo isso levou diversos autores a definirem. Uma conclusão que é possível ser notada, é que mesmo depois da formulação da psicologia cientifica ainda existe algumas duvidas em relação a psicologia independente e ao seu objeto de estudo. Também foi notado a dificuldade que um psicólogo enfrenta para entender a sua própria ciência que é muito expansiva e complexa.
Essa foi a minha primeira resenha, tenho um carinho imenso por ela. Foi feita no segundo semestre de 2012 (No meu 1º período) . Resenha apresentada pela disciplina Bases Epistemológicas e História da Psicologia do curso de graduação de Psicologia na instituição Universidade Ceuma.
- Espero ter ajudado.

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